segunda-feira, 20 de junho de 2011

Na criança abandonada / Sinto as dores de Jesus. - Adriano Bezerra


NA CRIANÇA ABANDONADA

SINTO AS DORES DE JESUS


Adriano Bezerra


Que forte e cruel tristeza

Minha alma está ferida

Vendo a criança caída

Norteada e indefesa

Na realidade presa

Às escuras sem ter luz

Carregando a dura cruz

Pela vida desprezada

Na criança abandonada

Sinto as dores de Jesus.


Sentindo o gelado frio

Exposta sem cobertor

Tentando sanar a dor

Se embrulha no vazio

Seu corpo sente arrepio

E encolhida se reduz

A neblina lhe conduz

Pela fria madrugada

Na criança abandonada

Sinto as dores de Jesus.


Faminta sem ter comida

Clamando um simples pão

Com grande lamentação

Mendigando pela vida

Numa vontade incontida

Seu estômago traduz

No eco que reproduz

Pede pra ser saciada

Na criança abandonada

Sinto as dores de Jesus.


Como dói meu Deus ao ver

Essas pobres criancinhas

Jogadas, tristes, sozinhas

Sem ninguém pra socorrer

Queria ter um poder

Pra na hora fazer jus,

Como a arte que reluz

Uma fada encantada

Na criança abandonada

Sinto as dores de Jesus.

11 comentários:

  1. Parabéns grande Poeta!

    Que lindo sua sensibilidade expressada nessas belas e sinceras palavras ...
    É comovente ver essas crianças desamparadas sem vez e sem voz...e você se reveste para falar sobre essa dor com merecida semelhança.

    Lindonete Câmara

    ResponderExcluir
  2. Como diriam os bons cantadores: verso perfeito, métrica, rima e oração, como é bonito ver um poeta inspirado. belo poema adriano

    ResponderExcluir
  3. Dá-se o nome de empatia
    o que Adriano sente
    quando vê um inocente
    a sofrer na noite fria
    Isso gera poesia
    e às lágrimas conduz
    a fazer o bem induz
    Sua visão inspirada
    na criança abandonada
    sente as dores de Jesus.

    ResponderExcluir
  4. Obrigado Lindonete, Hélio e Gilberto. Infelizmente esse é o retrato real que milhares de crianças vivem atualmente em nosso país, nas cidades grandes principalmente, e que já tive o desprazer de presenciar nas ruas de São Paulo, o que sempre me fazia chorar amargamente por dentro por não ter artifícios para ajudá-las como gostaria. Abraço.

    ResponderExcluir
  5. Mais um poema excepcional, Adriano!

    Suas palavras me fizeram lembrar algumas crianças de nossa cidade e da zona rural do município, as quais, embora não totalmente abandonadas, nos fazem sentir as dores do Grande Mestre!

    Parabéns!

    ResponderExcluir
  6. MUITO BOM POETA,BEM POPULAR SUA POESIA E BEM REAL...

    UMA VOZ ANÔNIMA!

    ResponderExcluir
  7. Só me resta parabenizá-lo grande amigo e poeta Adriano.Versos simples e carregados de realidade.
    abraços

    ResponderExcluir
  8. Valeu Zé Neto, esses comentários positivos, é o que motiva o artista a continuar trilhando o caminho da arte, é o seu combustível. Obrigado mais uma vez a você e a todos que aqui fizerem seus sinceros comentários.

    ResponderExcluir
  9. O cara é bom mesmo! Muito boa poesia! Você tem futuro, caro poeta!

    ResponderExcluir
  10. Obrigado Nailson Costa, fico feliz com o seu comentário incentivador.

    ResponderExcluir

Comentários com termos vulgares e palavrões, ofensas, serão excluídos. Não se preocupem com erros de português. Patativa do Assaré disse: "É melhor escrever errado a coisa certa, do que escrever certo a coisa errada”