segunda-feira, 30 de setembro de 2013

CONFERÊNCIA ESTADUAL DE CULTURA OU DESCONFERÊNCIA ESTADUAL DE CULTURA? - Marcos Antônio





Bem pessoal!  Como falei anteriormente vou tentar aqui  justificar o porque estou chamando o que deveria  ser a Conferência Estadual de Cultura, de DESCONFERÊNCIA. Serei o mais simples possível nas palavras na tentativa de expor com clareza a desorganização  e a  FALTA DE RESPEITO ao qual fomos submetidos na DESCONFERÊNCIA:
1 – Primeiro! Tinha sido marcado a Conferência para os dias 16 e 17 deste mês, sendo que até o dia 15 o Governo não havia entrado em contato com nenhum delegado, ou seja, queria que nós adivinhássemos o LOCAL, HORA E A DINÂMICA DA CONFERÊNCIA. Após várias reclamações, inclusive nossa aqui de Santa Cruz, resolveram remarcar a data para os dia 26 e 27, dar para acreditar?
2 – Foi informado que teríamos uma abertura oficial no TAM, o que esqueceram de avisar,  era que a sala só cabia de 40 a 50 pessoas, sendo que só delegados eram mais de 200, assim sendo a grande maioria ficou no lado de fora, sem poder adentrar o espaço para acompanhar a abertura do evento que democraticamente fora eleito para participar.
3 – Na tal Abertura Oficial não tivemos a presença de nenhuma autoridade seja do Governo do Estado, seja da Fundação José Augusto, enviaram para os representar o SUB, DO SUB, DO SUB da Secretaria de Educação, que foi para lá encher linguiça, não dizendo nada com nada.
4 – NÃO tivemos direito a hospedagem, cada um se virava do jeito que dava, na casa de amigos, de um amigo do amigo e assim ia.

domingo, 29 de setembro de 2013

Entra ano e sai ano e nada vem O sertão continua ao Deus dará - Aristóteles Pessoa



Buscando diminuir seu drama,
O agricultor faz sua pesquisa,
Não crê em homem que profetisa,
Pois no céu não há bom panorama,
Com sol ou chuva há muita trama,
Dos corruptos que roubam sem parar,
Que desviam os recursos pra mamar,
Não deixando mais nada pra ninguém,
Entra ano e sai ano e nada vem,
O sertão continua ao Deus dará.

Cuité, PB., em 29 de setembro de 2013

sábado, 28 de setembro de 2013

CONHEÇA SEUS DIREITOS E LUTE POR ELES - Gilberto Cardoso dos Santos


1
Vivemos em um país
Repleto de preconceitos
E a falta de informação
Aumenta os nossos defeitos
Pois nesta grande nação
Raro é o cidadão
Que conhece seus direitos.
2
Enorme é a vigilância
Quanto às obrigações
Os deveres são cobrados
e demandam punições
porém a cidadania
na real democracia
requer outras atenções
3
O cidadão tem direitos
Pela lei instituídos
No que concerne à Saúde
Devem ser bem atendidos
Seja da classe A ou B
No entanto a gente vê
Alguns deles não cumpridos.
4
E isto principalmente
Quando o cidadão não cobra
Termina virando vítima
De alguma sutil manobra
Que prejudica o carente
Porém quem é consciente
Busca a lei e não se dobra.
5
Muitos veem tal serviço
Como se fosse um favor
Tratam com todo respeito
Aos que chamam de “doutor”
às vezes são humilhados
injustamente tratados
mas se calam por temor.
6
Nem sempre a equipe do SUS
Os trata adequadamente
E alguns padecem à míngua
Sem o tratamento urgente
Faltam médicos, enfermeiros,
E cidadãos brasileiros
Morrem prematuramente.
7
A legislação do SUS
Criou uma portaria
Que garante ao que padece
a plena cidadania
Se a gente conhecê-la
E entre todos promovê-la
Ajuda à Democracia.
8
Pois a lei está aí
Só precisa ser cumprida
Se ficar engavetada
Acabará esquecida
Feito inútil documento
Exigir seu cumprimento
É uma garantia à vida.
10
É a Carta dos Direitos
De Usuários da Saúde
algo a ser difundido
entre a nossa juventude
despertando a consciência
e exigindo com urgência
tratamento menos rude.
11
É uma carta especial
Uma epístola sagrada
Fruto da democracia
Duramente conquistada
Tem a ver com nossa vida
Com sangue foi redigida
E deve ser respeitada
12
Vamos exigir crachás
E um melhor atendimento
Que não falte anestesia
Na hora do sofrimento
Que o médico e sua equipe
Dê  atendimento VIP
A quem busca tratamento.
13
Luther King tinha um sonho
Eu tenho um sonho também
Ver nosso povo tratado
Da maneira que convém
Sem distinção racial
Financeira ou cultural
Sem discriminar ninguém.
14
Um país onde a saúde
Receba prioridade
E os políticos procedam
Com imparcialidade
Tratando ao povo em geral
Com justiça social
E total honestidade
15
Mas para que este sonho
Venha a ser realizado
É preciso que o povo
Esteja bem acordado
Exerça seu senso crítico
Pois raramente um político
Fará isso de bom grado.
      
Gilberto Cardoso dos Santos


quinta-feira, 26 de setembro de 2013

AOS VIZINHOS - André Soares


Convido todos os meus vizinhos de porteira, vizinhos de cerca, vizinhos de grito, vizinhos de parede e meia, vizinhos de carteira de escola, vizinhos de janela, vizinhos de literatura, vizinhos de poesia... Toda minha compadragem, todos os brejeiros, caririseiros e sertanejos, os borboremenses, trairienses, todos os baixa-eguenses da gema, xique-xiquenses do solo esturricado... Verdadeiros representantes da cultura popular nordestina...
Dia 05 de outubro espero todos na Casa da Cultura popular de Santa Cruz-RN...
Aviem... Chamem o povo


quarta-feira, 25 de setembro de 2013

SER NORDESTINO - Hélio Crisanto


Ser nordestino é ser um valente Andar pelo mato tangendo mutuca Carregar cedinho água de cumbuca Cavar terra dura pra botar a semente É ter o seu jeito sempre irreverente Apesar dos cortes na mão calejada É saber quase tudo, sem saber de nada Ter na ponta da língua o seu dialeto Ter sabedoria, mesmo analfabeto Jantar com a família cuzcuz e coalhada

terça-feira, 24 de setembro de 2013

CRIANÇA ABANDONADA - Antônio de Pádua Borges


Supremo Deus que situação tristonha...
Pobre criança a dormir sobre o relento...
Como lençol, o sereno soprando ao vento...
Igual a relva nascida na montanha...

Cobrindo a cabeça com um infecto pano...
O tal guri desprovido de agasalho,
Seminu recebendo o orvalho...
No mais triste estado desumano...

Mas, você pobre criança, talvez um dia
Poderá desfrutar sua alegria
Esquecendo o descaso que passou!

E aqueles que te viram abandonado
Quem poderá analisar o seu estado,
Mediante as agruras que você provou!

sábado, 21 de setembro de 2013

VIVER É TUDO! - Naílson Costa


Perguntaram-me hoje o que eu achava do casamento gay. Eu respondi que não achava nada! Quem sou eu para procurar e/ou achar, por meio das lunetas hipócritas de julgamentos falhos, algo que pertence ao íntimo, às preferências e, sobretudo, às vontades doutrem? Eu sou um nada a nadar no oceano molecular de trilhões de átomos de indizível insignificância estelar. Já julguei muito durante 27 anos de minha vida profissional em sala de aula. E, de muitos de meus julgamentos, apenas baseados nas verdades gramaticais, não tenho mais aquele certeza voraz, antipática e inquestionável, segundo as quais, elas, as verdades gramaticais, são detentoras das verdades reais. Superei essa fase de minhas convicções absolutas. E, com relação ao casamento gay, nada devo achar, pois acredito que não seja natural a penetração, mal disfarçada de julgamentos vãos, nas partes íntimas de quaisquer sentimentos alheios . As pessoas não foram feitas para julgar ou serem julgadas em suas peças intimamente suas. As pessoas foram feitas para viver, amar e serem felizes. Nem o STF sabe mais julgar as pessoas. Julga e depois desjulga, para julgar depois. Ou não. O papa Francisco, apesar de argentino, dá-nos uma lição de simplicidade e amor ao próximo, ao se eximir de determinados julgamentos, como o casamento gay, por exemplo. Jesus Cristo disse, “Não julgueis para não serdes julgados!” E disse, ainda, “Atire a primeira pedra aquele que nunca pecou!”, ao se referir, não ao casamento gay, e sim, aos hipócritas que queriam apedrejar Maria Madalena, por ser ela prostituta. Eu, com o passar do tempo, aprendi um pouco mais e, por isso, sei cada vez mais que nada sei. Poderia, claro, ter dito à minha amiga, que aprovo o casamento gay somente para os homens. Para as mulheres não. Simplesmente porque a concorrência diminuiria e sobrariam mais mulheres pra nós, hetero masculinos. Mas não, nem isso direi, pois, acho que deve haver um ponto de equilíbrio em nossas consciências, o de nunca julgar as pessoas, quando esse julgamento não nos dizem respeito. Eu deixo esse julgamento para a natureza. Essa sim, tem todo o direito de julgar tudo aquilo que é natural. E o casamento gay está na natureza de seres naturais. Portanto, cabe, única e exclusivamente, à natureza esse julgamento. Se ela aprovar, parabéns aos casais. Se não, cobrará seu preço final. No mais, vou continuar assistindo ao excelente show de Frejat, aqui no Canal do Rocky in Rio e tomando meu vinhozinho de leve, porque viver, pra mim, é tudo! Naturalmente!

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

O APELO DO CONCRIZ - Poeta Xexéu


Trecho do Cordel O Apelo do Concriz, do poeta Xexéu, natural de Santo Antônio do Salto da Onça:

[...]
[...]
Ouça-o na íntegra e na voz do próprio autor no link abaixo:

O APELO DO CONCRIZ

sábado, 14 de setembro de 2013

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

LEANDRO GOMES DE BARROS E A POESIA DO POVO - Irani Medeiros

                                                   
O Nordeste é a região mais rica do Brasil em poesia popular. Aqui nasceu e se desenvolveu a literatura de cordel, daqui se expandiu para outras partes do território nacional. Vem de muito longe essa manifestação da inteligência brasileira, gerada pelo cruzamento das raças e favorecida pelas condições do meio. Em nenhuma outra região brotou o estro do povo, numa literatura que tem características peculiares e que flutua com a mesma autenticidade entre os mais variados temas.
A princípio, os poemas circulavam anônimos, em cópias manuscritas, sobre o gênero pastoril, atividade essencial no sertão. Romances e xácaras enchiam de encantamento a vida simples do sertanejo. O boi passou de elemento básico da economia nordestina a tema de literatura. Forneceu matéria para o cancioneiro dos mais típicos, tantas foram as estórias rimadas em que aparece como personagem principal. Destacam-se entre outras as do Rabicho da Geralda, Boi Espácio, Boi Barroso, Boi Surubim, Boi Moleque, Boi Adão e a Vaca do Burel e outros tantos.
No final do século XIX, quase no limiar do século XX, apareceram impressos os primeiros folhetos de cordel. O pioneiro desta iniciativa foi Leandro Gomes de Barros. O poeta não foi apenas o primeiro, foi o maior de todos os poetas populares do Brasil. Desbravador de uma seara nova, a da publicação dos folhetos, nenhum outro lhe arrebatou a palma na quantidade e qualidade da obra divulgada.
Nasceu no município de Pombal, sertão da Paraíba, em 19 de novembro de 1865, mudando-se para Teixeira, ainda menino, levado por pais e padrinhos. Em Teixeira, terra paraibana de boa fama por seus poetas e valentões, conheceu certamente os notáveis cantadores Ugulino Nunes da Costa, Bernardo Nogueira, Josué Romano e Germano da Lagoa, que ali davam dia santo. Francisco das Chagas Batista também era de lá. Devia ser muito menino quando Leandro, ainda adolescente, partiu de Teixeira para Pernambuco, com escala em Vitória de Santo Antão e Jaboatão, antes de fixar-se no Recife.
Caboclo entroncado, de bigode espesso, alegre, bom contador de anedotas, este é o retrato que dele faz Câmara Cascudo, em Vaqueiros e cantadores. Foi poeta a vida toda. Disso viveu, escrevendo e publicando folhetos sobre os mais variados assuntos.
Versou sobre todos os temas. No heróico, fez poemas sobre cangaceiros, peleja de cantadores, Os martírios de Genoveva; no novelesco, Branca de Neve, O Boi Misterioso e O homem que subiu de aeroplano até a lua, no satírico, A cachaça, A dor de barriga de um noivo, A mulher do bicheiro; no social, O retirante, O dez-réis do Governo, O aumento dos impostos, no religioso, O diabo confessando um nova-seita, O milagroso do Beberibe, Como João Leso vendeu o Bispo, nos fatos do dia, O cometa, A hecatombe de Garanhuns, O Presidente Afonso Pena; na ressurreição dos romances de cavalaria, A Batalha de Oliveiros com Ferrabrás, A Prisão de Oliveiros, A Donzela Teodora, apenas para citar alguns exemplos.
Como poeta satírico não teve igual. Metade de sua obra descamba para o picaresco. Ele próprio se tinha na conta de humorista, conforme este improviso recolhido por Luís Gil e publicado por Egídio de Oliveira no número 1 da revista Ariús, 10 de outubro de 1952, Campina Grande, Paraíba:
Leandro Gomes de Barros,/ escritor paraibano,/ no ofício de escrever/ trabalha com calma e plano,/ tem fama de repentista,/ escritor e romancista,/ tem folhetos mais de mil, é ainda no Brasil/ o seu primeiro humorista.
Cada folheto de Leandro, tirado em vida do autor ou logo após sua morte, edição do seu genro Pedro Batista, contém dois ou mais poemas. Era de seu sistema deixar inacabados dois ou mais poemas num folheto para dar continuidade noutro, com o que visava manter preso o leitor. Assim fazia porque vivia do produto de sua obra. Enquanto lançava uma nova, reeditava outra das conhecidas, sendo ele próprio o autor, o editor e o distribuidor.
É bom que se diga que, na poesia de cordel está a naturalização da nossa literatura. Os temas são genuinamente brasileiros, como o boi, o cangaceiro, o jogo do bicho, as lendas populares, a cachaça, as lutas políticas, o padre “Ciço”, as pelejas entre cantadores, os dramas de amor, as ações heróicas etc.
Uma vez ou outra o poeta vai buscar assunto na literatura universal, como fez Leandro Gomes de Barros ao escrever a história de Pedro Cem, da Donzela Teodora, da Batalha de Oliveiros com Ferrabrás. Cada um desses temas teve seu veículo de informação. Pedro Cem foi um dramalhão que fez sucesso nos teatros do Nordeste, história de um homem muito rico e orgulhoso, coração duro, que acabou pedindo esmola. A Batalha de Oliveiros e demais temas do ciclo carolíngio foram tirados do livro de Carlos Magno, que circulou nos princípios do século XIX, por todos os lugarejos do Brasil.
Leandro Gomes de Barros continua vivo, bem vivo, na graça e no sabor de sua poesia, apesar de desaparecido há quase noventa anos. Importa que se diga isso de um poeta popular, cuja magia decorre da confluência de duas vertentes: a espontaneidade de suas composições e a preocupação que sempre teve de manter e valorizar a cultura nativa de sua terra, de sua gente. Há, portanto, mais poesia em sua obra que em copiosos versos que se empacotam em livros festejados pela crítica submissa aos grandes interesses comerciais.

                                                      A TARDE


Tomba a tarde o sol baixa seus ardores
Alvas nuvens no céu formam lavores
E a voz da passarada o campo enchendo:
O Juriti em seu ramo de dormida,
Soltando um canto ali por despedida,
Dando adeus ao sol que vai morrendo.

E mergulha o sol pelo ocaso
Já o dia ali venceu o prazo
Abrem flores o orvalho em gotas vem;
Limpa o céu, o firmamento se ilumina,
Uma luz alvacenta e argentina,
Já se avista no céu, mais muito além.

Regressam do campo os lavradores
Apascentam os rebanhos os pastores,
E o mundo fica ali em calmaria;
A matrona embala o filho pequenino
E aprestando atenção a voz do sino.
Quando dobra no templo, a Ave-Maria.

Vem a noite, dormem ali as cousas mansas
Dormem quietos os justos e as crianças,
E a virgem envia preces à divindade;
A velhice recorda arrependida,
Todo erro que fez em sua vida,
E murmura. Quem me dera a mocidade.

                                               A GENIALIDADE DE LEANDRO

                        A obra de Leandro destaca-se, sobretudo, pela riqueza temática e pela linguagem. Além dos temas da tradição, versou sobre temas da época como Antônio Silvino, e Padre Cícero, a Primeira Guerra Mundial, selos, impostos, sorteio militar, fazendo em muitos folhetos uma crítica política e social. Considerado o primeiro a fazer  poemas-reportagens, em que versava sobre notícias de impacto, escreveu também romances, pelejas, marcos,  e abc’s. a sátira e o humor são os aspectos mais marcantes de sua obra. Nesse tom, focalizava, principalmente as mulheres, as sogras, o casamento, a cachaça, o jogo do bicho, o clero, os protestantes ou novas-seitas, a moral e os costumes.
                       
                        É fato conhecido que parte da produção literária de Leandro foi objeto de apropriação, principalmente por João Martins de Ataíde, que comprou a propriedade de sua obra, após sua morte, e passou a publicá-la, omitindo o nome do autor. Assim, parte da obra de Leandro ficou conhecida como sendo de João Martins de Ataíde, o que gerou duvidas posteriores sobre a autoria de inúmeros folhetos. Em 1971 foi publicada pela Biblioteca Nacional a Bibliografias previa de Leandro Gomes de Barros, relaciona 237 títulos de sua obra, em condições autênticas. Este trabalho tem o mérito de restituir  a autoria do poeta em muitos títulos de sua obra, usurpados por editores inescrupulosos.

                                                 

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

PROTESTO À PORNOFONIA DO FORRÓ ESTILIZADO - José Acaci

  
 Para somar-se à minha prosa em É ÍMPAR OU PAR? JOGO PARA SEDUZIR GAROTAS, trago algumas estrofes do cordel "PROTESTO À PORNOFONIA DO FORRÓ ESTILIZADO" do  cordelista José Acaci:

 [...]
     [...]


terça-feira, 10 de setembro de 2013

RECORDAÇÃO DO PASSADO - Adonias Soares Pereira (1911-2007)


Passaram-se, passaram-se os anos de estima,
Foram os verdejantes da flor da idade
Que não voltam mais e somente a saudade
Convida meu cérebro para fazer rima

Ó Deus, que assiste no meio dos louvores,
Conforta meu ser, refrigera minha alma
Para que eu tenha uma velhice calma
E sinta o perfume das mais belas flores

Passaram-se, passaram-se os anos de progresso,
Foram os lenias que me acompanharam.
Somente a saudade eles me deixaram
E o direito sagrado de fabricar versos.

São lembranças vivas dos tempos risonhos
Que passaram rápidos sem deixar vestígios,
Passaram e se foram com um fugitivo
Deixando pra mim lembranças e sonhos.

Foram tempos risonhos cheios da aventuras
Que a vida singela deixou para trás,
São eles as primícias que não voltaram mais,
Deixando pra mim um cálice de amargura.

Ó Deus, me segura no meio do teu povo,
Quero viajar no teu santo carro.
Tu és oleiro e eu sou o barro,
Quebra a minha vida e faço de novo.

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

JOSÉ PORFÍRIO - UM HERÓI NORDESTINO - Hélio Crisanto



Como um bravo nordestino
No seu velho pau de arara
Foi vitima do seu destino
Quando a morte o matara
Aos cassacos deu guarida
Lhe amparando sem medida
Diminuindo o martírio
Em meio a tantos clamores
O céu recebeu com flores
O anjo José Porfirio

Partiu assim de repente
Nem deu tempo de avisar
Depois de um grave acidente
Com homens pra trabalhar
Numa estrada da Bahia
Seu corpo assim padecia
Deixando a familia triste
Tantos anos se passaram
Mas as feridas não saram
E a dor da perda persiste

Transportava retirantes
Que fugiam da estiada
Levando à terras distantes
Na poeira da estrada
Estes não tinham mobília
Se perdiam da família
Depois de escravizados
Trabalhavam por comida
Bebendo o suor da vida
No copo dos desgraçados

Aos quarenta e tres de idade
Assim se foi nosso herói
Deixando muita saudade
E uma lembrança que dói
Homem de bom coração
Ao pobre estendia a mão
A quem lhe pedisse ajuda
Passa dia, mes e ano
Desse episódio tirano
Mas a história não muda

Por não ter nenhum parente
Pra fazer o seu enterro
Foi taxado de indigente
Cometeram grande erro
Seu pai coberto de dores
Sem se importar com valores
Vendeu tudo o que ganhou
Mandou buscar o caixão
Pra enterrar no sertão
Seu filho que tanto amou

GALOPE À BEIRA MAR - Maciel


A brisa do vento tocando minha face Um velho que tenta uma rede puxar Casais namorando, menino a brincar Um barco à tarde com homens que parte Um outro vem vindo depois que o sol nasce É um vai e vem, é prá lá e pra cá É peixe, é banho espetacular É sol, é areia, é sal, maresia É praia que é bela de noite e de dia Nos dez de galope na beira do mar.
De dia é banho, encontro e festa Corpos expostos de gente dali Turistas que chegam pra se divertir Bebida, cigarro e som de seresta. Gente pacífica e até desonesta Querendo quem sabe só trapacear Ainda há aqueles pra negociar Pessoas saindo, pessoas chegando Também cantador de viola passando Cantando galope na beira do mar.
No meu RN há a Praia do Forte Galinhos, Ponta negra e Genipabu Pitangui, Tourinhos, também Muriú Jacumã, Barretas, Caiçara do norte. Praia do meio, Graçandu, por sorte A minha lista vai continuar Timbau, Santa Rita e se não gostar Convide pra Rio do fogo que vou Ou vamos pra Pipa, a praia do amor Cantando galope na beira do mar.
Ouvi que Zenóbio, Gilberto Cardoso Marcelo Pinheiro, Marcos Cavalcanti Adriano, Nailson mais um estreante Marcaram pra ir à Praia do gostoso Com Hélio Crisanto, num grande esforço Vão por Tambaba tentar passar Vão todos numa Kombi pra lá e pra cá Pensando em Tambaba andar sempre em fila Além de quem sabe dançarem quadrilha Cantando galope na beira do mar.
Quando a natureza o mar enfurece Vê-se tempestade, ciclone, tufão O líquido evapora e vem furacão Já não há coral, pois desaparece. A água invade, a praia obedece Recua sua área pro mar desbravar Contrários ao homem que vai questionar Com suas pegadas nos montes de areia Só vendo a miragem da bela sereia Sem cantar galope na beira do mar.
O gesto é bravio para o homem profano Com as fortes marés da ordem lunar A força das ondas, o brilho solar Percorrendo a terra por todo o oceano Num ciclo de dias, em meses do ano Que só aparenta que vai terminar E a uma gaivota que passa a voar Cruzando o cenário enquanto festeja Peço acrescente o que aqui não esteja Nos dez de galope na beira do mar.

domingo, 8 de setembro de 2013

CORRUPÇÃO NO BRASIL - Gilberto Cardoso dosSantos


CORRUPÇÃO NO BRASIL
É HOJE O QUE MAIS EXISTE
TODO DIA SE ASSISTE
COISAS QUE NUNCA SE VIU
SOB O CÉU COR DE ANIL
DA CAPITAL DA NAÇÃO
HÁ GRANDE CONCENTRAÇÃO
DE LADRÕES ENGRAVATADOS
SENADORES, DEPUTADOS,
DESCONHECEM PUNIÇÃO.

SE PASSAR ÀS PREFEITURAS
NÃO É MUITO DIFERENTE
HÁ BANDIDAGEM CRESCENTE
E O POVO PASSANDO AGRURAS
MUITOS SOFRERAM TORTURAS
POR DENÚNCIAS, NO PASSADO
HOJE TUDO ESTÁ MUDADO
MAS SE O LADRÃO FOR RICAÇO
CONTINUA TENDO ESPAÇO
NUNCA SERÁ CONDENADO.

A SAÚDE ESTÁ FALIDA
A EDUCAÇÃO TAMBÉM
HÁ POUCA GENTE DE BEM
NESSA NAÇÃO CORROMPÍDA
MUITA GENTE SEM COMIDA
MUITA CRIANÇA DROGADA
E O CONGRESSO NÃO FAZ NADA
PASSA O DIA A DISCUTIR
E O POVÃO A APLAUDIR
ESSA CORJA ENGRAVATADA.

Gilberto Cardoso dos Santos Jun 7, 2006

sábado, 7 de setembro de 2013

Sete de Setembro, Dia Feliz - Ubirajara Rocha




Em 2001, no dia da independência, eu morava em brasília, no momento do desfile, sem poder imaginar, o nascimento da minha filha.
Eu queria, que ela nascesse no dia dezenove e disso me lembro, Deus não quis assim, e me deu esse presente, no sete de setembro. - Ubirajara Rocha

Hoje estou muito feliz,
por mais um aniversário
da nossa Beatriz.
Deus seja louvado, 
pela benção que nos deu, 
e a pessoa mais feliz, 
nesse dia sou eu,

dia de libertação 
do nosso querido Brasil,
foi nesse exato dia, 
que a bia sorriu,
brindou nossa vida, 
essa filha querida,
mais linda ninguém viu.

Deus te abençoe e te guarde, 

não só hoje, mas pela vida inteira,
será sempre nossa menina, 

uma benção de primeira,
um ramo bem ligado,

na videira verdadeira,
seja muito feliz 

e ouça o que vou dizer:
quero tê-la sempre por perto, 
enquanto a gente viver.
Tenha a sabedoria, 

obedeça a Bíblia 
e vença a cada dia.
O temor do Senhor

é princípio de amor, 
e fonte de alegria.
Parabéns Beatriz, 

seja muito feliz,
ame a vida e sorria.

RESENHA EM VERSOS DO LIVRO MEIA PATA - Gilberto Cardoso dos Santos


Li o livro Meia Pata
Como quem rompe a folhagem
De uma área selvagem
E penetra numa mata
Segui a onça-pintada
Sutilmente camuflada
Tão diabólica e divina
Em sua pele penetrei
E aos homens contemplei
na sua visão felina.

Fui, puxado pela mão
Da alegre índia Iara
Com sua beleza rara
Guiando meu coração
Penetrei em uma aldeia
E senti correr na veia
Meu instinto ancestral
Nos passos de Daniel
Quase que fiquei pinel
Perdido no matagal.

Movi-me na mata escura
Buscando sobrevivência
Prossegui com persistência
Nas veredas da leitura
Vi paisagem deslumbrante
Sobre a mata exuberante
De um bioma ameaçado
Acho que o escritor
Com competência e primor
Conseguiu dar seu recado.

Ele, de modo brilhante,
Com maestria e leveza
Fala da mãe natureza
De maneira cativante
E nos põe numa aventura
Cheia de encanto e bravura
Que apela ao coração
Mostra que há retrocesso
Quando em nome do progresso
Fazemos destruição.

Parabenizo o autor,
Pelo romance envolvente
Que merece, certamente,
Receber todo louvor
A trama é instigante
E a conclusão brilhante
Chega a surpreender
Saí de dentro da mata
Do romance Meia Pata
Com vontade de o reler!

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

A VIDA NO OUTRO MUNDO - Marciano Medeiros, membro da ANLIC


Quem vive no outro mundo
Possui franca atividade,
Um lugar de preguiçosos
Não teria utilidade,
Nas colônias encontramos
Bastante diversidade.

Na história da humanidade
Temos comunicação,
Sem fax ou internet
Vem de outra dimensão,
Mensagens dos mortos vivos
Falando em reflexão.

Desde o tempo de Abraão
Vi nos textos relatados,
Que ele recebeu visitas
Dos seres iluminados,
Não passavam de espíritos
Bem materializados.

Tem apóstolos visitados
Digo sem hipocrisias:
Pedro, João e Tiago,
Sorriram tendo alegrias
Com Jesus lá no Tabor,
Viram Moisés e Elias.

Mesmo Paulo em agonias
Quando virou penitente,
Na estrada de Damasco
Viu o Mestre onipotente,
Mostrando que precisava
Viver jornada de crente.

Sem atitude insolente
Digo aqui se convinher,
Que já voltou velho e moço,
Homem, menino e mulher,
Falando pela caneta
Do bom Chico Xavier.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Marciano Medeiros lança cordel sobre trajetória poética de Ronaldo Cunha Lima

Marciano Medeiros e a vereadora Raissa Lacerda


O poeta potiguar Marciano Medeiros lançou em 27 de agosto de 2013 no Centro Cultural Lourdes Ramalho, em Campina Grande (PB), um cordel sobre a vida poética e política de Ronaldo Cunha Lima, num evento organizado  pelo professor Pedro Hamilton e sua esposa Zélia, além do advogado Dyandro Pinheiro e sua esposa Mônica Pinheiro. Durante o lançamento Medeiros disse que batalhou muito e conseguiu apoio para imprimir dois mil exemplares. “Os patrocinadores do projeto cultural são: Diógenes da Cunha Lima, Raimundo Glauco de Vasconcelos e Evilazio Crisanto de Morais”, falou o potiguar durante o lançamento.
Marciano foi entrevistado na TV Itararé pelo jornalista Paulo Roberto e na 98 FM por Carlos Souza. O evento contou com a presença de diversos poetas e amigos, entre eles Rui Vieira, Valda Moura, professor Andrade, a ex-vereadora Maria Barbosa, poeta Washington Farias, professora Alba Lúcia, entre outros admiradores da poesia de Ronaldo Cunha Lima.
Após a passagem por Campina Grande, o poeta seguiu a João Pessoa, para divulgar sua nova obra na capital da Paraíba. Chegando a referida cidade o autor foi bem recebido na Assembleia Legislativa, onde teve acesso aos gabinetes dos deputados estaduais para expor seu trabalho. Vários parlamentares paraibanos prestigiaram o romance de cordel intitulado: A Trajetória Poética de Ronaldo Cunha Lima. O cordelista em seguida foi entrevistado por Eri Alves, num programa da TV Assembleia.
Na Câmara Municipal Marciano Medeiros também conseguiu oportunidade para mostrar sua homenagem ao poeta Ronaldo Cunha Lima, através da vereadora Raissa Lacerda, que conduziu os cordéis ao plenário e registrou a presença do autor na capital do Estado. Vários parlamentares compraram a mencionada obra. Marciano disse que conseguiu mostrar muitos momentos importantes da vida de Ronaldo Cunha Lima, desde seu nascimento ocorrido em Guarabira no ano de 1936, até sua morte física acontecida em 2102.
Finalizando sua caminhada em João Pessoa, o escritor teve chance de participar do programa “Cantos e Contos”, apresentado pelos Nonatos. Marciano Medeiros disse que agradece a quatro nomes que o ajudaram a permanecer em João Pessoa por três: a professora Fátima Ribeiro, Severino Celestino, Merlânio Maia e Celso Soares, o produtor cultural do programa “Cantos e Contos”. Finalizando a entrevista, Marciano disse que está com novidades, em breve divulgará a biografia de Luís da Câmara Cascudo. O autor é natural de Santo Antônio/RN sua família pertence à cidade de Serra de São Bento, um município potiguar que fica na divisa com a Paraíba.

"Presença da Mulher na Literatura do Rio Grande do Norte"


terça-feira, 3 de setembro de 2013

VOCÊ HOJE ME PAGA O QUE TEM FEITO COM POETAS MAIS FRACOS DO QUE EU - Maciel Souza



  • Você diz que estudou filosofia Que defende o saber entre os doutores Humilhou tantos outros cantadores Que tentaram enfrentá-lo em cantoria. Mas eu sei que pra tudo tem seu dia E aqui vou expor o orgulho seu Vão dizer que Maciel lhe venceu E pra isso começo do meu jeito VOCÊ HOJE ME PAGA O QUE TEM FEITO COM POETAS MAIS FRACOS DO QUE EU.
    Não tolero o seu verso pé quebrado Não agüento ouvir mais a sua voz Quer cantar então vá cantar a sós Já que insiste em ser tão dissimulado. Nunca vi alguém mais desafinado Poesia em você entristeceu Vá viver de outro meio, pois não deu Na verdade os seus versos têm defeito VOCÊ HOJE ME PAGA O QUE TEM FEITO COM POETAS MAIS FRACOS DO QUE EU.
    Errou muito ao cantar sobre Jesus Confundiu Nicodemos com Pilatos Fez pior ao falar sobre relatos Do messias até chegar à cruz. Eu aqui me disponho trazer luz Para os erros que você cometeu Muitos hoje confundem no que creu Por seus erros que aqui eu não aceito VOCÊ HOJE ME PAGA O QUE TEM FEITO COM POETAS MAIS FRACOS DO QUE EU.
    Da beleza espalhada nunca canta Do nordeste nem do vasto Brasil Sobre História só sabe do que viu Se não leu e também se não se encanta? Tanta escola enquanto esta anta Na verdade nem um pouco cresceu Para mim este pobre mal se deu Pois somente enrolar aqui não deixo VOCÊ HOJE ME PAGA O QUE TEM FEITO COM POETAS MAIS FRACOS DO QUE EU.
    É vergonha entre outros cantadores Com seu ritmo que fica a desejar O que sabe somente é maltratar Se juntando a outros detratores. O feitiço hoje lhe traz dissabores Seu orgulho pra mim já feneceu Escreveu mas não leu, o pau comeu Sem sobrar nem se quer o seu trejeito VOCÊ HOJE ME PAGA O QUE TEM FEITO COM POETAS MAIS FRACOS DO QUE EU.
    Falta rima, escansão, falta cadência Nesse pobre infeliz atrapalhado Que além de não ser bem informado Mais lhe falta um pedido de clemência. Também sei que aqui sua tendência É negar como sempre que perdeu Mas me sinto como se já correu Se aqui deito e rolo, rolo e deito VOCÊ HOJE ME PAGA O QUE TEM FEITO COM POETAS MAIS FRACOS DO QUE EU.