segunda-feira, 28 de setembro de 2015

COM A LUA NA MÃO (Hélio Crisanto e Gilberto)




(Hélio Crisanto)
Assim caminha o poeta
Solto como um beija-flor....
Ara os céus, toca as estrelas
Livre de qualquer rancor
De mãos dadas pela rua
Sonhando abraçado a lua
Cheio de paz e amor.

(Gilberto Cardoso)
Voa enquanto caminha
nas asas do arrebol
alcançando um sustenido
descansando num bemol
Feito o poeta Hélio
Que significa sol.

(Hélio Crisanto)
Sou sol, sou chuva, sou ar
Pingo de luz no infinito
Sou a voz do esquecido
Que ecoa em cada grito
Sou verso, rima e canção
Sou a lua do sertão
Onde o brilho é mais bonito.

(Gilberto Cardoso)
Não sou lua, não sou sol
Mas me sinto ensolarado
Também tenho algo da lua
Porque sou meio aluado
E à escuridão disperso
Sou o inverso do verso
Nas rimas de pé quebrado.

(Hélio Crisanto)
Eu sou o verso engessado
No pé desse cantador
Cada baião da viola
Treme o meu opositor
Não sei se faço obra prima
Mas na peleja da rima
Eu bato até em doutor.

(Gilberto Cardoso)
Depois que peguei a lua
Eu a cobri com um manto
Dei de presente à esposa
Que desmaiou de encanto
A lua é fácil pegar
Mas bem difícil enfrentar
A luz de Hélio Crisanto.

(Hélio Crisanto)
Ah se eu fosse do seu tanto
Um poeta tão perfeito
Pra fazer versos benditos
Mas não tenho esse direito
Por isso tiro o chapéu
Pra esse bom menestrel
Que faz poesia de eito.

(Gilberto Cardoso)
Quando o sol tira o chapéu
De nuvens que o rodeia
Nós temos visões do céu
Se ilumina a aldeia
E o poeta se alumia
Por causa da poesia
Que dentro nos incendeia.

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