sábado, 30 de março de 2013

Lágrimas do passado - Marciano Medeiros

Hoje, esteve conosco na Santa Rita FM o poeta Marciano Medeiros, membro da ANLIC e primo de Hélio Crisanto.
Marciano Medeiros

Marciano Medeiros 

 Já chorei muitas lágrimas no passado,
 que viraram ardentes emoções, 
 torturei-me com tais recordações,
 parecendo um cativo condenado.

 Hoje em dia o meu peito está curado, 
 me lembro dos rostos com cinismo,
 espalhando maldade e pedantismo, 
 pra condenar quem estava abandonado. 

 Naveguei pelo mar da fantasia
 e voltando a sonhar com alegria,
 expressei meu sorriso renovado.

 Noutro tempo sonhei, igual menino, 
 Querendo valoroso e bom destino,
 com mil beijos dum hálito perfumado.


quinta-feira, 28 de março de 2013

Pela própria natureza - Zenóbio Oliveira


  

Não há bondade humana, com certeza,
Somente um trato mútuo de decência,
Como regra geral de convivência,
Que disfarça atributos de vileza.

Quando o homem sobrepuja a aparência,
E quebra a convenção, essa proeza,
Nada mais é que a clara conseqüência,
Do uso da própria natureza.

Ele carrega n’alma uma pendência,
A busca interior de sua essência,
O puro instinto ou o dever moral?

Possui porem o gene do egoísmo,
E nem mesmo seus atos de altruísmo,
Compensam-lhe o destino de ser mau.





terça-feira, 26 de março de 2013

VELHO XERETA - Ricardo Dantas


(Trecho do capítulo “Velho Xereta”, do romance “Meia Pata”, que será lançado em maio de 2013)

VELHO XERETA


- Tá indo pra onde, Velho Xereta? – perguntou Sapo ao ver o caçador com jamachim nas costas, cheio de mantimentos, um terçado pendurado na bainha, o revólver preso no cinto e uma espingarda de dois canos calibre trinta e dois.
- Vo-vou buscar ca-casca de qui-quina quina na-na serra do Perdido! – Velho Xereta parou perto da equipe que se preparava para ir abrir a picada.
- O seguinte é este Xereta, vai pernoitar por lá véi? – Raul estava curioso, como todos os outros.
- Cuidado pra não se tornar o segundo perdido, viu, Seu Xereta! – Sapo tirava uma brincadeira com o velho – Vai ser difícil chamar a serra de “Perdido Perdido”! – todos caíram na gargalhada com a piada do sarrista.
- Na-não vou me-me perder na-não. Ma-mas por via das du-dúvidas, sempre é bom sa-sair preparado pra andar na mata... – Velho Xereta era um homem experiente. Não subestimava a floresta, como não superestimava a si próprio.
- Quer que eu vá com você, Seu Xereta? – Manel se ofereceu para ajudar o caçador na jornada, também porque não era bom de facão pra abrir picada, e não faria falta para o resto da equipe. Como sempre trabalhou identificando árvores nos serviços que apareciam, o terçado nunca fora seu forte.
- O-o-o que-que é isso rapaz?! – Xereta, irritado, sentiu-se ofendido – Na-na-na-não preciso de babá não! – todos riram com a bronca que Manel pegou do caçador – E eu volto ainda ho-hoje. Tão pensando o quê? Que o velho na-não dá conta do-do recado mais é?!
Velho Xereta ajeitou o jamachim nas costas e saiu em disparada. Todos ficaram comentando o quanto Xereta era corajoso. Duro na mata! Bom de terçado e de fome não morria. No seu jamachim levava sal, açúcar, um pacote de café, um pacote de sebo de porcão do mato, todos os itens bem embalados. Também fazia parte de sua bagagem um bule, uma caneca, uma frigideira pequena, um recipiente de couro de boi com dois litros de água e uma grelha que possuía as dimensões da boroca de cipó.
O jamachim que Velho Xereta carregava era de própria confecção. Tinha aprendido com um índio da etnia Taurepang que ficou morando na comunidade dos castanheiros por dois anos. O Taurepinga, como todos o chamavam na vila por beber muita pinga, mostrou-se um ótimo artesão de cipó. O jamachim era firme, feito sob medida para ficar bem acomodado nas costas do caçador.
Ronaldo sentiu-se orgulhoso ao ver aquela cena em que seu pai seguia sozinho pra floresta, assim como todos os presentes exaltando as suas habilidades. Ronaldo possuía algumas capacidades mais apuradas que seu pai, mas reconhecia nele o grande professor da arte de sobreviver da floresta. Realmente Xereta era referência e respeitado pela vida que escolhera.
O caçador pegou o picadão antigo e seguiu rumo à serra do Perdido. Xereta em vinte minutos chegava a andar um quilômetro. A previsão era de chegar cerca de meio dia na base nordeste do morro, pegar uma caça, almoçar, descansar um pouco, coletar as cascas por volta de cinco e meia, e seis horas retornar para a sede. Porém, seu objetivo consistia em alcançar toda a equipe no serviço, que estava realizando abertura de picada, e voltar com eles para a sede. Sabia que, para cumprirem a meta de trabalho estabelecida pelo Cláudio, teriam que trabalhar até quando começasse a anoitecer.
Ao longo do percurso, Xereta tomava água de raízes de imbaúba e cipós d’água. Quando encontrava um igarapé sem vestígios de que os porcões tivessem “fuçado”, bebia água usando sua caneca. Aquele trajeto era tão conhecido pelo caçador que conseguia evitar os barrancos íngremes e a mata mais fechada com desvios, e assim economizava tempo no percurso sem se desgastar tanto. Pouco antes de meio-dia havia chegado à base nordeste da serra do Perdido.
Como era costume do caçador, organizava todo o local onde iria almoçar para depois ir caçar. Limpava uma área com seu terçado, cortando varas e arvoretas. Juntava algumas pedras e as organizava em círculo para fazer o fogo. Madeira não era problema na floresta. Muitos galhos e cascas de árvores serviam para fazer uma fogueira respeitável.

MESMO PRESTANDO ATENÇÃO QUEM CONDUZ CORRE PERIGO - Adriano Bezerra



 
Quantas vezes com prudência
Vai seguindo o condutor
Respeitando com rigor
As normas de advertência
Sem pressa, com paciência
E um alguém feito inimigo
Rasga a lei, burla o artigo
 E avança na contramão
MESMO PRESTANDO ATENÇÃO
QUEM CONDUZ CORRE PERIGO.

Seja pra qualquer lugar
Sabemos como hoje é
Ninguém anda mais a pé
Só para não se cansar
Põe-se logo a reclamar
Dizendo ser um castigo
Vai no carro de um amigo,
De moto ou de condução
MESMO PRESTANDO ATENÇÃO
QUEM CONDUZ CORRE PERIGO.

Mas todo cuidado é pouco
Já diz o velho ditado
Mesmo não estando errado
O trauma pode ser louco
Perder tudo e ficar rouco
Chorando no desabrigo
Ou ser posto num jazigo
A sete palmos do chão
MESMO PRESTANDO ATENÇÃO
QUEM CONDUZ CORRE PERIGO.

segunda-feira, 25 de março de 2013

domingo, 24 de março de 2013

QUEM FALA TAMBÉM MACHUCA, JÁ QUE RESPIRA.

 
Início de ano letivo, deparei-me com a pergunta: professor, deixo quantas linhas?

Há em educação fórmulas e formas exatas que também delimitam e retiram desde cedo suspiros de liberdade de quem vem à escola e deveria encontrar nela uma formação cidadã. O processo acontece numa contabilidade precisa de dias, horas, horários, passando pela organização engenhosa de nossas carteiras e chegando ao professor em seu posto de figura central como se detivesse o conhecimento em sua plenitude. Somente agora depois de dezesseis anos de LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional) buscamos cumprir o horário integral do aluno na escola, que acontece num faz de conta, já que não temos estrutura para fazê-lo decentemente, pois investir em educação não é o nosso forte e como se não bastasse, tenta-se resolver problemas cruciais mexendo no currículo, a exemplo da Comissão do Senado que aprovou recentemente a inclusão da disciplina cidadania moral e ética no ensino fundamental, como se essa discussão não fosse já contemplada na disciplina de ensino religioso, pelas demais disciplinas através dos temas transversais, ou talvez porque se confirme a tese de que a escola não é essencialmente um espaço democrático e essa disciplina venha numa tentativa heroica para fazer esse resgate.
Em educação prevalece o intencional e o espaço que a escola determina na vida é muito bem simbolizado pelo espaço das quatro paredes num convite desde cedo à limitação ou à passividade. E essa “opressão educacional” nos leva a outros tipos de opressão, seja ela política, religiosa... econômica (O cartão de crédito, por exemplo, me credencia como cidadão, mas uma boa educação me fará enxergar que ele não me concede autonomia financeira.).
Neste contexto não se pensa e não se prepara para o contraditório, nem para saber ser contraditório. Se a nossa leitura é deficitária, se não concatenamos um ponto de vista e se argumentamos de maneira confusa, isso reflete em nossas relações, em nossa vida. Na contramão do mundo não se instiga a leitura, a pesquisa, o conhecimento, não se domina os diversos gêneros do discurso e não se faz uso da oralidade de maneira adequada. Não me admiro quando ouço que aluno bom é aluno que mal fala: ele é bonzinho! Mas num mundo sem fronteiras o que realmente incomoda nem chega a ser a ausência e sim o silêncio, embora muitos dos que falam são ignorados ou convidados a calar-se, já que o aparelho fonador existe a partir do aparelho respiratório e por isso quem fala também machuca, já que respira.
Em contrapartida há o discurso de que o professor pode fazer a diferença, mas a nossa própria formação é deficitária e muitos nem nos vemos como profissionais e sim como agentes sociais exercendo um ofício ou sacerdócio, daí a lembrança de que temos que desenvolver sentimentos amorosos, de respeito com nossos alunos, acho que como certa compensação pelo fracasso de um modelo para um aluno no século XXI, de um professor com formação pedagógica do século XX e uma educação que segue o formato do século XVIII, mas só a educação parou no tempo, que se diga. Esta discussão é interessante no processo de formação pedagógica do professor, não como projeto a ser desenvolvido em sala de aula, tanto quanto me parece inconcebível a um pediatra ou psicólogo, por exemplo, com placas em seus ambulatórios e os dizeres de que ali crianças são tratadas com dignidade, afinal, onde não for, que se denuncie.
E assim, neste sistema condensado em paredes, de dias, horários, disciplinas e minutos específicos, encontramos aqueles que delimitam também números de linhas, determinando , subestimando e encurralando ainda mais, em pleno e admirável mundo novo. Lembro a professora que pedia para os alunos desenharem uma rosa e tinha sempre que ser vermelha. Uma de suas alunas foi transferida para outra escola e quando provocada a desenhar... adivinhe o que ela desenhou.

sábado, 23 de março de 2013

AGENDA CULTURAL DESTE FINAL DE SEMANA EM SANTA CRUZ CONFIRA:



Santa Cruz terá uma extensa programação Cultural para este final de
Semana:

HOJE ( SÁBADO, 23 DE MARÇO):

Teremos no Teatro Candinha Bezerra o Espetáculo ROLIÚDE AS
PERIPÉCIAS DE UM SERTANEJO CONTADOR DE HISTÓRIAS
APAIXONADO PELO CINEMA, produzido pela companhia do
Rio de Janeiro ( emcartaz empreendimentos Culturais). O show terá
entrada franca ( gratuita). Hoje no Candinha Bezerra ás 19:30 horas, apoio
Prefeitura de Santa Cruz , Secretaria de Cultura e Casa de Cultura palácio
Inharé e Fundação José Augusto.
Na praça do bairro Paraíso teremos também o Espetáculo Paixão de
Cristo, encenado pelo grupo coletivo Acoberta de Teatro, com apoio da
Prefeitura de Santa Cruz e Secretaria Municipal de Cultura.

DOMINGO (24 DE MARÇO)

Amanhã será a vez da encenação de PAIXÃO DE CRISTO NA VILA
DE TODOS ás 20:00 horas, após a missa que será realizada também na
Vila de Todos.
Segunda-Feira (25 de março)

Na segunda-feira a PAIXÃO DE CRISTO será apresentada no bairro
Aluizio Bezerra ás 20:00 horas.
Conforme visto teremos uma excelente agenda cultura neste final de
semana, Participe!

SOBRE O ESPETÁCULO ROLIÚDE



Hoje, às 7:00 h, no Candinha Bezerra.



HETERÂNIMO - Marcos Cavalcanti


Não embarco no drama pessoano,
em sua síndrome da multiplicação,
nem busco nos postulados freudianos
pro meu ser, o eu, uma explicação.
O que sou? Quem sou? Pra onde vou?
Muito pouco, ou quase nada, me interessa.
Sei apenas que nesta vida rápida
passo o tempo sem nenhuma pressa,
E assim o meu eu vai vivendo,
enquanto os outros eus correndo
não sabem onde a vida finda ou começa.

 Viagens ao além-túmulo, pág. 59

sexta-feira, 22 de março de 2013

Carreata Luz na Trilha - Cleudia


LUZ NA TRILHA



A carreata Luz na Trilha tem como propósito desenvolver um trabalho solidário de apoio as pessoas no período da seca de 2013, proporcionando ao grupo social visitado uma melhoria de vida através da solidariedade com os indivíduos.

As cidades visitadas na 3ª Luz na Trilha são: Natal, Riachuelo, São Tomé, Lajes Pintadas e Santa Cruz, especificamente o Museu Auta Pinheiro Bezerra e o Santuário de Santa Rita de Cássia.

A caravana Luz na Trilha 2013 é formada por mais de 60 carros e aproximadamente 150 pessoas que irão percorrer a trilha pré-estabelecida e visitada pela equipe organizadora, chegando a Fazenda Boa Hora, Museu Auta Pinheiro Bezerra, sábado dia 23 de março às 15 horas para uma visita cultural de conhecimento do acervo do Museu Rural. Também será realizada uma reunião com a população local, para apresentar a ação do grupo Luz na Trilha que é um trabalho de interesse social e para o bem da comunidade numa integração humana, social e ambiental. Ou seja, a intenção do Projeto Luz na Trilha é ampliar a cidadania participativa e desenvolver um trabalho comunitário pela melhoria da qualidade de vida da população.

quinta-feira, 21 de março de 2013

TUDO ISSO FAZ LEMBRAR...



Um anzol pra pescaria
Lençol de fundo de rede
Um pote de água fria
Pra gente matar a sede
Papai debulhando milho
E nós fazendo um atilho
Debaixo de uma latada
O meu golinha a cantar
Tudo isso faz lembrar
A minha velha morada

Glosa: Hélio Crisanto
Mote: Adriano Bezerra

quarta-feira, 20 de março de 2013

ALGO ESPANTOSO NA CORREÇÃO DAS PROVAS DO ENEM


Redações nota 1.000 do Enem tinham 

erros graves de português


Alunos que fizeram a prova de redação doEnem receberam a nota máxima, mesmo depois de cometer erros grosseiros de português. O caso foi revelado na edição desta segunda-feira (18) do jornal O Globo.
Os erros foram identificados nas provas de redação da última edição do Enem, e chamam atenção. O jornal O Globo recebeu mais de 30 textos de candidatos que tiveram nota máxima nas provas: 1.000 pontos. A reportagem mostra redações com erros de grafia: ‘rasoável’, escrito com ‘s’ em vez de ‘z’; ‘enchergar’ escrito com ‘ch’, em vez de ‘x’; ‘trousse’ com ‘ss’ em vez de ‘x’. Erros também de concordância verbal, como nesta frase: "Essas providências, no entanto, não ‘deve’ ser expulsão". O correto é ‘devem’.
A correção das provas de redação do Enem já foi alvo de ações judiciais e de muita polêmica. Antes do último exame, o MEC lançou na página da internet um manual para os candidatos com informações e orientações específicas sobre a redação. O manual diz que serão avaliadas cinco competências na hora da correção da prova, e a primeira delas considera erros de grafia e de concordância verbal desvios graves.
O MEC divulgou uma nota: “A coordenação pedagógica do exame, sob responsabilidade das professoras da Universidade de Brasília e doutoras em linguística, Vilma Reche Corrêa e Maria Luiz Monteiro Sales, esclarece que é preciso considerar que a análise do texto é feita como um todo, e que eventuais erros de grafia não significam que o aluno não domine os padrões da língua”. E ainda: “Uma redação pode ser nota 1.000 mesmo apresentando alguns erros em cada competência avaliada.”
Mas para o especialista em educação Cláudio de Moura Castro, um candidato come erros assim não pode tirar nota máxima. “Ele se apresenta mal. Portanto, não é uma pessoa educada. Não deve ganhar nota máxima.”
http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2013/03/redacoes-nota-1000-do-enem-tinham-erros-graves-de-portugues.html

ESPETÁCULO DA PAIXÃO DE CRISTO EM SANTA CRUZ

Hoje, dia 25.03.2013, no Conjunto Aluízio Bezerra, a partir das 19:00 h

terça-feira, 19 de março de 2013

MAIS UMA DAS REDAÇÕES DO ENEM


A EDUCAÇÃO PROIBIDA

Fracassados somos todos: A Educação Proibida

Com mais de 4 milhões de acesso no Youtube, o filme argentino La Educación Prohibida  está se tornando uma grande referência para todas aqueles não satisfeitos com o sistema educacional atual.
Para nós brasileiros, o filme é muito pertinente, não apenas por serem as realidades culturais e socioeconômicas argentinas muito parecidas às do Brasil, mas porque seu foco recai sobre uma realidade ocidental e latina da educação vigente. - Newton Campos



domingo, 17 de março de 2013

TUDO ISSO FAZ LEMBRAR DA MINHA VELHA MORADA


       Adriano Bezerra

No alto da cumeeira
Uma casa de besouro,
No fogão uma chaleira,
No torno um chapéu de couro,
Na porta antiga uma trava,
Na sala um paió de fava,
No alpendre a rede armada,
E a brisa mansa a soprar
TUDO ISSO FAZ LEMBRAR
DA MINHA VELHA MORADA.

Lá no canto da cozinha
Um pote e o velho pilão,
Sob a mesa uma quartinha
E a panela no fogão,
Lá no tripé o leiteiro,
A caçarola, o poncheiro,
E a carne dependurada
Num pau exposta a secar
TUDO ISSO FAZ LEMBRAR
DA MINHA VELHA MORADA.

O colchão feito de palha,
A cama e o camiseiro,
Os cambitos, a cangalha,
Os bichos lá no terreiro,
A tarrafa e uma rede,
Uma foto na parede
Pelo tempo desgastada,
E um velho rádio a tocar
TUDO ISSO FAZ LEMBRAR
DA MINHA VELHA MORADA.

O barulho da enchente,
O canto dos passarinhos,
O bafo da terra quente,
O piado dos pintinhos,
O gado lá no curral,
O feijão e o milharal,
A chuva e a trovoada,
E o céu a relampejar
TUDO ISSO FAZ LEMBRAR
DA MINHA VELHA MORADA.

sábado, 16 de março de 2013

A IMPORTÂNCIA DA POESIA PARA O MUNDO

Mesa Redonda na Rádio Santa Cruz AM com Gilberto Cardoso dos Santos, Hélio Crisanto, Marcos Cavalcanti e Edgar Santos. Programa Alex Santos. O debate ocorreu em 14.03.2013, Dia da Poesia.


sexta-feira, 15 de março de 2013

DIA DA POESIA NO IESC


A DEUS LOUVO TODO DIA POR TER FEITO A NATUREZA


Adriano Bezerra
Tudo o que Deus inventou
Foi com grande inteligência,
Com zelo e com paciência
Nem um defeito deixou
Tudo ele arquitetou
Com a mais sábia destreza
Para não ver a tristeza
Somente a nossa alegria
A DEUS LOUVO TODO DIA
POR TER FEITO A NATUREZA.

quinta-feira, 14 de março de 2013

Poema Ao sapientíssimo rei - Júnior



Ó sapientíssimo rei,
Venho de terra distante.
Tu, com teus livros na estante,
Ensine-me o que não sei!

Quanta presença!
(É de nascença?).
Sim, sabes tudo!
(Um cabeçudo...).

Ó sapientíssimo rei,
Venho de terra distante.
Tu, com teus livros na estante,
Ensine-me o que não sei!

Sabes doar!
(Estou a suar...).
Mor professor!
(Ai, quanta dor...).

Ó sapientíssimo rei,
Venho de terra distante.
Tu, com teus livros na estante,
Ensine-me o que não sei!

Recite um verso!
(Leu ao inverso...).
Que tal a dança?
(Nossa, que pança...).

Ó sapientíssimo rei,
Venho de terra distante.
Tu, com teus livros na estante,
Ensine-me o que não sei!

Uma canção!
(Não tem pulmão...).
Tu esculturas?
(Caricaturas...).

Ó sapientíssimo rei,
Venho de terra distante.
Tu, com teus livros na estante,
Ensine-me o que não sei!

Algum profeta!
(Grande pateta...).
Um nobre vate!
(Alguém me mate...).

Ó sapientíssimo rei,
Venho de terra distante.
Tu, com teus livros na estante,
Ensine-me o que não sei!

Todos te amam!
(Eles se infamam...).
O povo urra!
(Só gente burra...).

CONCURSO DE POESIA EM SANTA CRUZ - Inscreva-se já!


                SECRETARIA MUNICIPAL DE CULTURA E APOESC
EDITAL DO CONCURSO MUNICIPAL DE POESIA “ POETA JOSÉ ANTÔNIO DE MELO”
1.      TEMA: SANTA CRUZ CIDADE SANTUÁRIO

MESA-REDONDA NO DIA DA POESIA

Acesse o link http://www.radiosantacruzam.com.br/  e  ouça  a mesa-redonda constituída por membros da APOESC e outros convidados, nesta manhã do dia 14.03.2013, DIA DA POESIA, a partir das 9:h

terça-feira, 12 de março de 2013


A Secretaria Municipal de Cultura de Santa Cruz realizará no dia 14 de março uma programação especial pelo Dia da Poesia.
Pela manhã terá mesa redonda “A IMPORTÂNCIA DA POESIA PARA O CENÁRIO CULTURAL, SOCIAL E TURÍSTICO DE SANTA CRUZ”, com a mediação de Alex Santos, às 09:00 horas, na Rádio Santa Cruz AM.
À tarde a segunda mesa redonda abordará “A IMPORTÂNCIA DA POESIA PARA A HUMANIDADE”, com a mediação de Hugo Tavares, às 15 horas, na Rádio Comunitária Santa Rita.
Durante essa programação será lançado o edital do Concurso Municipal de Poesia em homenagem ao “Poeta José Antônio de Melo” e declamação de várias poesias.

FALTAS QUE NÃO AMAMOS - Gilberto Cardoso dos Santos



Falta água, falta pão
na mesa do nordestino
desde o tempo de menino
vejo tal situação
mas ninguém vê solução
científica, permanente
para o drama dessa gente
duramente castigada
entre a cruz e a espada
tão explorada e carente.

Falta vergonha na cara
dos políticos brasileiros
quase sempre interesseiros
de honestidade rara
gente que nos desampara
no tempo da precisão
e aproveita a ocasião
para ser paternalista
numa visão egoísta
pensando em reeleição.

Vejo que falta coragem
pra lutar contra o descaso
e acabar com o atraso
que nos traz a pilantragem
Só não falta malandragem
e corrupção crescente
e a ganância permanente
dos que chegam ao poder
falta o povo perceber
o quanto é inocente!

Paixão (Autor: Hélio Alves)


Envolve,destroça, usa,ama
Suplica,implica,aproveita,chama
Grita,invade,clama,esquece
Escuta,muda,finge,emudece

Beija,foge,abraça,fala
Canta,dorme,sonha,cala
Inflama,some,pensa,magoa
Volta,explica,transforma,perdoa

Nutre,apaga,despedaça,emociona
Esconde,vaga,mente,decepciona
Concede,brinca,abusa,apaixona
Quer,despreza,silencia,abandona

Volta,revolta,briga,desfalece
Cura,amedronta,sara,entristece
Constrói,destrói,sofre,enaltece
Faz,afronta,apronta,enfurece

Elogia,diminui,exalta,demora
Deseja,corre,desperta,chora
Vive,engana,quebranta,atrai
Suborna,morre,imerge,desfaz

sábado, 9 de março de 2013

AGRAVA A DEUS TODO DIA QUEM DISSER QUE “BEBO” É GENTE



MOTE: Jefferson de Sousa

Se o cabra fica melado
Cospe no pé do balcão
Vai atrás de confusão
Faz um salseiro danado
Só fala todo abusado
Vomita trincando o dente
Afasta todo o cliente
Mija no bojo da pia
Agrava a Deus todo dia
Quem disser que “bebo” é gente
(Hélio Crisanto)
Só basta apontar o dedo
Que ele logo se enfurece
A ninguém mais obedece
De nada diz não ter medo
Fala sozinho em segredo
Fica pra trás e pra frente
Seu bafo qualquer um sente
Fede de dá agonia
AGRAVA A DEUS TODO DIA
QUEM DISSER QUE BEBO É GENTE.
(Adriano Bezerra)

Muda o seu comportamento
Fica rico e enxerido
Depois de ter ingerido
Bebida a todo momento
Todo bêbado é nojento
Seja estranho ou parente
Se duvidar experimente
Viver nessa agonia
Agrava a Deus todo dia
Quem disser que “bebo” é gente
(João Bezerra)

Por isso eu fiz uma jura
Para nunca mais beber
Andei perto de morrer
Quase fui a sepultura
Mas pense numa prejura
Perturbada e renitente
Apanhava e dava em gente
E ninguém mais me queria
Agrava a Deus todo dia
Quem disser que “bebo” é gente
(Jarcone Vital)
  
Não pode ver um soldado
 Que já quer cumprimentar
 Tentando impressionar
 Diz que está endinheirado
 O bodegueiro escolado
 Senta o peste no batente
 Ele entra novamente
 Insultando a freguesia
 Agrava a Deus todo dia
 Quem disser que “bêbo” é gente.
(Wellington Vicente)

sexta-feira, 8 de março de 2013

MULHER - Mia Couto


Solteira, chorei.

Casada, já nem lágrima tive.

Viúva, perdi olhos
para tristezas.

O destino da mulher
é esquecer-se de ser.

quarta-feira, 6 de março de 2013

AGOSTINHO RIBEIRO E A LÍNGUA DE TAMANDUÁ

"Seu corpo vai num caminhão,
mas a sua língua vai numa carreta"
-  Trecho de antigo sucesso de Agostinho Ribeiro

terça-feira, 5 de março de 2013

ABRAÇO - Hélio Silva


Tanto e quanto é meu desejo
Que não posso mais esconder
Está explicito demais
Já não tenho forças pra conter
É como uma parte de mim
E não posso viver sem
Só você tem o que anelo
Só você e mais ninguém

Não me negue eu imploro
Dá-me sempre sem cessar
Permita ao meu corpo alegria
Pois apenas me sinto completo
Quando em sua companhia

É disto que preciso
Minha alma implora sem cansaço
Preciso sentir-te perto
Não deixe entre nos espaço
Pois seria melhor a morte
Que viver sem teu abraço

Hélio Alves

A política da fé - Zenóbio Oliveira


Pra que eu possa alcançar graça divina,
Terei que autenticar a minha crença,
Conforme a prescrição de uma sentença,
Que a igreja me dá como doutrina.

Sem igreja essa fé seria ofensa,
Não poderia então ser genuína,
Como um tipo de crença clandestina,
Que me exclui da divina recompensa.

Sem ter filiação religiosa,
Minha alma será pecaminosa,
Descerá ao inferno dos ateus,

Pois a fé que possui autonomia,
Traduz-se insurreição à liturgia,
Dos clérigos do bem, homens de Deus.

segunda-feira, 4 de março de 2013

SEJA QUAL FOR O PERIGO O AMIGO ESTENDE A MÃO - Adriano Bezerra


(a todos os meus amigos que me ajudaram e torcem pela minha recuperação).

O amigo de verdade
Hoje em dia é incomum
Porém tenho mais que um
De primeira qualidade
Na minha necessidade
Todos como a um irmão
Me deram toda atenção
Por isso que eu sempre digo:
SEJA QUAL FOR O PERIGO
O AMIGO ESTENDE A MÃO.
Fim